terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sorte Quase Azar





Ha momentos de sorte

E de azar, claro

E ha momentos que parecem ser de azar

Que se tornam sorte

Subo a Torre de Galata

(ha nomes lindos)

De la a vista da cidade eh privilegiada

Ja que a torre era feita para proteger

Da chegada de invasores pelo canal do Bosforo

(ha nomes lindos)

Que liga o Mar de Marmara ao Mar Negro

(ha nomes lindos)

Comeca uma chuva fina

E aquela paisagem fica embassada

Pingos chatos e frios sobre a tarde que cai

A chuva vai

E o sol chega

E o que fica?

Um belo arco-iris

Que banha a tarde

E encanta os olhos

Que sai da linda cidade e cai la no Bosforo

(ha nomes lindos e parecem feitos para ilustrar perfeitamente esta cena)

Que sorte

Que veio de um quase azar.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sobe

























E tem que ser bem cedo

Antes do sol nascer

E vao todos numa carreata

Ao encontro dos baloes

Vamos encher os baloes como em festas infantins

Vamos olhar com ansiedade

E uma ponta de medo

Vamos nos espremer

E vamos subir

Bem devagar

Sobre as montanhas da Cappadocia

Sobre casas construidas com escavacoes quase manuais

Cavernas que guardavam cristaos fugindo do poder romano

Que guardavam sentimentos e vontades que nao queriam ficar trancados

Lugares incriveis que seres humanos mais incriveis ainda construiram

E la vai o balao abencoando todo aquele espaco

E sobe um

Sobe outros

Sobem muitos

Inumeros, inumeras cores

Todos leves levando gente

Todos com brilhos nos olhos

Passar sobre a cidadela

E olha a moca que acabou de passar o cafe!

Sera que a moca da Cappadoccia passa cafe?

Deve ser bom ver la de baixo

Melhor ainda ver de cima

Voce tem medo?

Medo nenhum.

Eh tudo leve, bonito, onirico

Um voo, um salto, um brinde

Um inicio de dia para nenhum minuto restante botar defeito

Mesmo tendo certeza que o seu lugar

De verdade

Eh o chao.

domingo, 21 de setembro de 2008

A casa do Sultao Ahmed









Voce nao pode entrar

Por que nao?

Os mulcumanos estao em oracao

Mas eh isso mesmo que quero ver

Voce soh pode entrar daqui a uma hora

Vou me embora

Mas por aquela porta ha fieis entrando livremente

E eh so tirar os meus sapatos

Coloca=los em uma sacolinha plastica destas de supermercado

E pisar no tapete macio e bonito

Vermelho com alguns grafismos oticos

Por que as mulheres tem que ficar aqui atras?

Discriminadas dos homens

Mas eh so me assentar

E ver aquele bando de homens=ovelha

Que se abaixam e colocam suas testas no chao

Pedem e agradecem

E se levantam e se abaixam novamente

Vejo o espetaculo grandioso dos azulejos

Literalmente azuis

Azulejos Isnlk

Que chique!

Eh a mesquita de Sultanahmed

A Mesquita Azul

Magnifica e grandiosa

E lentamente o tempo passa

Tudo eh novo

Diferente e cada vez mais compreensivel

Bonito e leve de se ver

Por uma hora e alguns minutos

Eh a minha casa

Afinal nao sou sultao

Mas posso entrar sim

Eu sou Ahmed

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

GRAND BAZAAR


O dia nasce exalando novidades

Um Grand Bazaar arabe pode ser algo surpreendente

Cores cheiros cantos livros muitos livros

Uma ala so para eles

No Brasil nao haveria

Um velhinho cosendo algo

Em companhia de uma enorme familia felina

Cena linda

Sem preco

Em um Grand Bazaar

Tapetes sedas todas as cores

Cada uma brigando por sua tarja de espaco

tapetes

Quem sabe nao compro um

E volto nele?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Contramão

Faço Pilates em um bairro nobre da minha cidade, talvez o que mais atraia este pensamento novo-rico que impera em muitas mentes. Nem vou explicar por que estou lá, mas, quando comecei há 5 anos, a sede era na região hospitalar e Pilates nem era moda. Estou há 2 dias das minhas férias. Em um lugar como este, tudo isso combina de uma forma incrível e explosiva. Bem próximo ao prédio, há uma lagoa (seca) onde as pessoas correm, ou melhor, como se diz nos comerciais, não andam: desfilam. Ali se vê muitos corpos sarados, muitos carros gigantes e antiecológicos, motos-máquinas, varandas e piscinas explodinho em seus apartamentos. Muito ego. Conversas falam disso, andares falam disso, sucos da época falam disso. Férias combinam com isso, que acaba ganhando um encanto especial. Um não querer questionar nada porque a cabeça já está explodindo e é hora de dar um tempo de tudo que possa desmanchar ou manchar qualquer felicidade. Saí daquele lugar com este gosto na boca. Liguei o som para ver tudo melhor ainda: a vida em clipe. Quando virei o carro para pegar a rodovia rumo à minha casa, uma incrível imagem veio de encontro a mim. Um homem completamente sujo, imundo, andando na contramão. Em uma rodovia, sem acostamento, sem lugar para andar. Não havia lugar para ele. Aos trapos, descalço. Contramim. Foi um segundo. O rosto dele não sai da minha memória. Parece que foi enviado para me alertar contra aquele mundo de fantasia e falsa felicidade que eu acabara de deixar. Um tapa de realidade e dúvida. Um aperto no coração. Um incrível medo de não entender as inúmeras razões de estar aqui. E de não saber de qual lado estou.



Beijos, me vou em férias. Será que mando notícias do lado de lá?


*E só um porém: já andei a pé neste mesmo lugar e até por isso senti o que foi citado. A sensação é de que os carros vão te engolir. E de que você não passa de um nada.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Grana na grama?

Olha, nem estava ligado nisso, mas foi tanta gente falando na minha cabeça, que me afetou de alguma forma.

E, na falta de assunto pós-ouro olímpico, até bom vir um novo falatório pra gente dividir nas mesas de bar, concordar ou discordar, achar isso ou aquilo.

Esta opinião aí é do Marcelo Katsuki, da Folha...mas bem que poderia ser minha, viu?

Quanto à indicação de show, vamos montar uma mesona e fazer o brinde que faltou?

Muito melhor que qualquer gramado.



Causing a commotion


[Ó!]

Madonna ou...

O drama de hoje é comprar ou não ingresso para o show da Madonna. Ontem eu até sonhei que assistia ao show do Maracanã pela televisão e achava ruim, acabava desistindo da compra. Abro o e-mail e o primeiro que vejo é o da minha editora nervosa por não conseguir comprar o ingresso. Jisuis! Será que ela merece???

Eu já tinha feito reserva mas não tô com tempo para ficar tentando ligar ou acessar o site. Se o povo aqui na redação tá desde ontem e não consegue, por que vou insistir? Pedi pro meu amigo P.A. me ajudar. Enquanto isso queimo neurônios na minha calculadora mental fazendo contas.

Com os R$ 720 do ingresso do show (pista vip + taxa de serviço) eu poderia:

- Almoçar 25 vezes o delicioso menu executivo do Tête à Tête (R$ 28,60) com entrada, prato principal e sobremesa (já com 10% serviço)

- Comprar 46 garrafas de Salton Espumante Brut (R$ 15,40) na Meu Vinho e dar uma festa em casa (ao som de Madonna)

- Comprar 5 ingressos pro show do Boy George (contemporâneo da 'loira ambiciosa') na Via Funchal (R$ 140), e ainda sobrava um trocado pro goró.

- Ou podia juntar mais 8 amigos e assistir ao show da Marina no Tom Jazz (R$ 80). Uma mesona contra um lugar de pé no gramado sem poder ir ao banheiro para não perder o lugar.

- Dava também para comprar 48 ingressos para assistir à Osusp e o pianista Nelson Ayres homenageando Villa-Lobos, Chico Buarque e Edu Lobo no Auditório Ibirapuera (R$ 15). Podia levar a redação inteira!

- Ou 60 ingressos para o filme Os Desafinados que estréia no Espaço Unibanco Augusta (R$ 12). Levava toda a galera do karaokê!

- E se for por preguiça de enfrentar as filas para chegar, entrar e se acomodar no Morumbi, comprava logo uma TV 29" tela plana na Casa & Video (R$ 599) e um DVD CCE na Videolar (R$ 99). Guardava o troco para comprar o DVD do show e assistia em casa tomando Martini no sofá. Não seria tão ruim...

E você, já conseguiu? Open your heart nos comentários, baby!!!