"Só eu nesse Carnaval!"

Na avenida, no deserto.

Na multidão ou na solidão.

Pulando, nadando ou fazendo nada.

Em uma viagem interior ou oposta a ela.

Com o sol rachando ou com nuvens passando.

No cinema, no museu ou na casa do vizinho.

Aqui ou lá.

Boa festa da carne para a nossa alma.

Alegre canção

Achei esta letra mágica. Uma jóia, nobre, cavalheira, sensível. Dizem que isso é raro hoje, que é coisa do passado. Que resta pouco de tudo. Que falta. Que não se vê mais. Que não é como em outros tempos. Que não temos mais tempo. Nem para pensar. Só para dar uma passadinha de olhos. Só ver por fora. Ver o pouco. Só imagem. Mas quis mesmo saber de onde veio. E de quem mesmo poderia ser esta letra?


"O que fizeste, sultão, de mim alegre menina?
Palácio real lhe dei, um trono de pedraria
Sapato bordado a ouro, esmeraldas e rubis
Ametista para os dedos, vestidos de diamantes
Escravas para servi-la, um lugar no meu dossel
E a chamei de rainha, e a chamei de rainha
O que fizeste, sultão, de mim alegre menina?
Só desejava a campina, colher as flores do mato
Só desejava um espelho de vidro pra se mirar
Só desejava o sol, calor para bem viver
Só desejava o luar de prata para repousar
Só desejava o amor dos homens pra bem amar
Só desejava o amor dos homens pra bem amar
No baile real levei a tua alegre menina
Vestida de realeza, com princesas conversou
Com doutores praticou, dançou a dança faceira
Bebeu o vinho mais caro, mordeu fruta
estrangeira
Entrou nos braços do rei, rainha mas verdadeira
Entrou nos braços do rei, rainha mas verdadeira"



Alegre menina
(Dori Caymmi e Jorge Amado)

Imagens urbanas atraem meu olhar desde sempre.

Deu vontade

Tenho que parar com isso, mas me deu uma vontade de postar esta foto! Irresistível.



Não sei se é o calor ou a proximidade do Carnaval.

Quem sabe o aniversário que passou e trouxe ótimas companhias para bem perto.

Algumas de volta.

Outras mantidas ali na lista diária de e-mails e telefonemas.

Será a constante vontade de viajar?

Ou de mostrar uma cara feliz.

E o superego descontrol que não pode faltar.

Momentos de risos soltos.

Celebração que não pára.

Brinde que, se faltou, merece mais um.

A saideira, a cidade que pede.

O amigo que clama.

O controle que se perde.

A fala que solta.

O presente que é nosso.

6 do 2

Quero tomar sorvete.

Ver um filme fluir.

Ler um livro leve tomando sol.

Com uma história que me leve pra longe.

Quero fazer o que gosto.

E aconselho isso a todos.

Quem faz assim é muito mais feliz.

Escutar as música que me faz cantarolar baixinho.

Ou aos desafinados berros.

Quero passear solto pelas ruas.

Observar a cidade se movimentar.

Quero não ter compromisso.

Melhor: quero não ter compromisso após ter tido.

Só para potencializar o prazer.

Não quero fazer nada pensando que é para os outros.

Quero fazer pra mim, pro meu gosto.

Dirigir rumo à casa dos meus pais com o som bem alto.

E uma música bem feliz.

Quero escrever mais um pouco.

Trabalhar por prazer.

Tomar suco de melancia com bastante sede.

Tomar um cerveja entre amigos com bastante riso.

Quero ver paisagem.

Ver montanha e mar.

Ver ponte de arquitetura incrível.

Rio de cor verde.

Avião chegando.

Quero me sentir feliz mesmo.

E é assim que estou.

E deve ser de tanto praticar

O que me faz assim.