quinta-feira, 30 de abril de 2009

"Uma festa na prisão"

São muitas publicações como revistas, jornais, programas de tv, sites na web, lentes em constante vigília, conversas na espera do elevador, anúncios de gravidez, festas em comemoração de algo vazio e um profundo empobrecimento da alma. Pensando nisso, elaborei o seguinte:


Ser famoso é mais ou menos como viver em uma pequena cidade do interior habitada por millhões de pessoas.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

rio

O rio sempre corre para o mar.

Minha família anda correndo para o Rio.

Irmã, sobrinha, prima-irmã, agora irmão.

Irmão-melhor amigo.

Irmão que, de tão diferente, parece gêmeo univitelino.

Eu também corro para o mar.

E subo de volta como aqueles peixes em época de reprodução.

Mesmo que no contrafluxo.

Sofro, mas rio de tudo isso.

Pois sei que estou mais para represa.

Sempre pronto para explodir.






O que me inspirou a escrever este post foi a música abaixo. Como ainda é bom comprar um cd e, aos poucos, se apaixonar por aquela obra. Este prazer não dá para baixar.



Sem Cais
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso/Pedro Sá

Catei colo
E o mar parou
Fui deitando
Pra perguntar
Nome, bairro
Amigo, amor
De onde vem
Parar o mar

Seu sorriso
Bateu aqui
Inda posso
Me apaixonar

Quero tanto
Quero tanto
Quero tanto você
Mar aberto
Mar adentro
Mar imenso
Aberto
Sem cais
Tou com medo
Tou com medo
Tou com medo
Tou com medo de ver
Que inda posso
Que inda posso
Que inda posso
Ir bem mais

Barra, Gávea
E Arpoador
Deuses brancos
De luz do mar
Deuses negros
Um esplendor
Quem é essa
E o que será

Quem me dera
Eu poder me dar
Todo a essa
Que eu nunca vi

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sobre correntes e janelas

Li isso na entrevista de Almodóvar no Mais da Folha de SP e me tocou por um lado:

"Em Abraços Perdidos, a personagem de Penélope não se sente realizada vivendo num palácio, amarradas por correntes de ouro."


Continuei a ler e me tocou por outro:


"Sobre a redução no número de espectadores, acho que a pirataria tem muito a ver com isso. Vivemos uma fase de mudanças muito grandes em tudo o que diz respeito ao consumo de imagens, e só existe uma saída: estruturar esse consumo.
Não acredito que o cinema visto nas salas de cinema esteja morto, assim como não acredito que os jornais estejam mortos. Não vou a um café para ler o jornal no meu computador, e, como eu, há muitas pessoas.
Existem muitas coisas paradoxais, como o fato de que vejo os filmes muito melhor em meu televisor de plasma do que numa sala de cinema.
Isso me dá calafrios, porque aquilo de que gosto é justamente ir ao cinema, me sentar com pessoas que não conheço.
As novas tecnologias proporcionam uma qualidade extrema para assistir a filmes em casa, mas, ao mesmo tempo, essas mesmas tecnologias e a quantidade de janelas possíveis estão deseducando o gosto dos jovens e degradaram o produto cinematográfico, do mesmo modo que os iPods degradaram a música."

Aí parei porque achei que já estava completo, naquele espaço de tempo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

1º de abril

http://www.4shared.com/file/96320575/e8d12d09/1_de_Abril.html

Este link está de 1º de abril comigo. Não funciona de jeito nehum. Se quiser ouvir, copie e cole.



"Qual de nós foi quem mentiu?

Ou será que era 1º de abril?

E se eu disser tudo que sei?

Amor, eu nos entregarei."

Agora nos perguntamos repetidas vezes

Pra onde foi a nobreza?

Virou realeza?

Ou realidade?

Como doeu o choque do real

O sofrer se fez necessário

Um presente

Que talvez derreta

E transforme em algo mais sólido

Ou vire nuvem

Gás para uma futura viagem

Sem tanta tempestade

Ou isso é só no céu?

A família real foi deposta

O sangue já não se apresenta azul

O real feriu, furou, rasgou sem dó

Mas não pode deixar de aparecer

Ferida cicatriza

Ilusão não

Pode nos rondar por anos e causar sequelas ainda maiores

Vai que agora fica azul?

O sangue não

O céu.



Entre aspas: Trecho de 1º de Abril - música e letra de Marina Lima



"E se eu negar

De que valeu

Nossa nobreza

Você e eu."