quinta-feira, 28 de maio de 2009

Emoções

Claro que adorei esta ideia. Claro que queria estar presente. Claro que vou ver na tv e em dvd. Claro que estou curiososo. Claro que amei esta foto e cho que o tempo pode sim se congelar em um instante. Claro que amei o trecho que destaquei. Claro que achei a matéria abaixo extremamente pertinente e real. Claro que isso tudo me emociona.





O trecho que destaco:

"O pop dos anos 80 se fez bem representado em duas músicas revisitadas por Paula Toller e Marina Lima. A primeira deu uma lição de canto contido e suavíssimo em "As Curvas da Estrada de Santos". A outra impactou cantando para fora e protagonizando a passagem mais excitantemente rock da noite, ao mostrar, de guitarra em punho, como pode ser "Como Dois e Dois" (de Caetano).
Arrasadora."


A matéria que está na Folha de São Paulo de hoje,28/05/09.

Cantoras fazem de Roberto a "musa" de seus próprios versos
Com competência e entrega, artistas fizeram homenagem à altura do Rei, em show que a Globo exibe neste domingo


CARLOS RENNÓ
ESPECIAL PARA A FOLHA

A noite do show "Elas Cantam Roberto", anteontem, no Teatro Municipal de São Paulo, podia ter sido longa. Nada menos que 20 cantoras desfilaram 24 canções do repertório de Roberto Carlos, em um espetáculo gravado para virar CD, DVD e especial da Globo -neste domingo (31), às 23h. O timing, no entanto, foi excelente, e tudo fluiu, satisfatório.
O evento para o Rei acabou, cabe aqui o trocadilho, coroado por um êxito garantido pelo nível profissional e artístico dos envolvidos, a começar pelas intérpretes e pela diretora, Monique Gardenberg. Algo à altura de uma homenagem ao meio século de carreira do mais popular e um dos mais importantes cantores-compositores de toda a música brasileira.
Wanderléa proporcionou um dos momentos mágicos da noite, ao fazer a versão "Esqueça", com Daniela Mercury, e "Você Vai Ser o Meu Escândalo" (uma das 19 de Roberto e Erasmo Carlos no playlist). Voz pequena, aparentemente frágil, ela instaurou uma atmosfera de emoção, por portar elementos essenciais como alma, verdade e afinidade arraigada com o que cantou: ali, era a que tinha começado com Roberto.
De arrepiar foi também a participação de Nana Caymmi.
Mas essa é comovente por excelência, e, se não constitui uma intérprete típica de canções de Roberto, só canta aquilo que incorpora a fundo. Assim, era inevitável que "Não se Esqueça de Mim", que ela gravou com Erasmo há mais de dez anos, obtivesse efeito lacrimejante na sua voz.
O pop dos anos 80 se fez bem representado em duas músicas revisitadas por Paula Toller e Marina Lima. A primeira deu uma lição de canto contido e suavíssimo em "As Curvas da Estrada de Santos". A outra impactou cantando para fora e protagonizando a passagem mais excitantemente rock da noite, ao mostrar, de guitarra em punho, como pode ser "Como Dois e Dois" (de Caetano).
Arrasadora.
Outro destaque: Mart'nália. Figura... Parece um exuzinho lindo, a gingar no palco. Foi das poucas a não alterar o gênero da letra, quando havia gênero, passando-o do masculino ao feminino (procedimento que, diga-se, ajudou a dar sentido ao nome do show, a sugerir que elas cantavam amorosamente Roberto, tornando-o "musa" de seus próprios versos). A filha de Martinho, de Oxóssi e de Oxum cativou com "Só Você Não Sabe", samba pouco conhecido de Roberto e Erasmo que ganhou malícia nova.

Nervosismo controlado
Em meio a um controlado nervosismo prevalente que serviu para deixar todas atentas e levá-las a praticamente não cometer erros, Sandy exibiu calma, domínio e naturalidade em "As Canções que Você Fez pra Mim". O mesmo se aplica a Alcione, brilhante na recriação jazzificada de "Sua Estupidez".
Com competência e entrega, um elenco vário, de Fafá de Belém a Celine Imbert, criou os climas mais díspares. Do canto over de Ana Carolina ao cool de Adriana Calcanhotto. Da interpretação dramática de Marília Pêra, no papel de uma louca, à postura de senhora da canção, de Zizi Possi. Da leitura axé de Claudia Leitte à funk de Fernanda Abreu.
Não ter se dado espaço a nenhuma das mulheres para falar entre as canções foi decisivo para a fluência do show. Só uma serena (grávida) Ivete Sangalo, preenchendo um espaço gerado por um problema técnico, lascou um "Robertão é massa".
O deslumbramento de todas por Roberto se demonstrou no penúltimo número, com elas cantando, com ele, "Como É Grande o Meu Amor por Você".
Ou, mais exatamente, por quem há meio século vem dando a sua voz à alma nacional.



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CARLOS RENNÓ é letrista, jornalista e produtor.

Avaliação: ótimo

terça-feira, 19 de maio de 2009

Só ricos

Só modernos

Só antigos

Só brancos

Só pretos

Só futebol

Só vôlei

Só bonitos

Só inteligentes

Só carne

Só músculos

Só gordura

Só treino

Só cerveja

Só suco

Só vegetais

Só caretas

Só loucos

Só gozo

Só companhia

Só solidão

São muitos sós

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tudo certo como 2 e 2

Roberto Carlos será espectador de luxo de show no Municipal

colaboração para a Folha Online

O cantor Roberto Carlos será espectador de luxo no show "Elas Cantam Roberto", que acontece no dia 26 de maio no Teatro Municipal, em São Paulo.

No espetáculo, divas da MPB interpretarão os maiores sucessos do rei.

Roberto Carlos só fará uma participação no fim do show e, por isso, pediu para ficar na plateia, na frisa mais próxima do palco do Municipal.

A apresentação faz parte das comemorações dos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, e também faz parte do projeto Itaúbrasil.

As informações são da coluna Mônica Bergamo publicada na Folha desta sexta-feira. A íntegra da coluna está disponível para assinantes do jornal e do UOL.


Marina Lima

O cantor também sugeriu que Marina Lima, uma das convidadas, cantasse "Como Dois e Dois".

Segundo a coluna, ele afirmou à diretora Monique Gardenberg que a música "ficará perfeita na voz dela".

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Cesta!

Sexta-feira: não sei se choro ou se Rio.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Cantoras-cantoras

Meu amigo Felipe me enviou este texto. Já o li e reli várias vezes. Concordei e discordei. Entendi e desentendi. Amei e desamei as cantoras-que-cantam-samba e as "cantoras-cantoras" por inúmeras ocasiões. Tudo bem que, após tantos momentos de deleites e arrepios proporcionados, passei a amá-las muito mais que desamá-las. Por puro prazer mesmo. Alegria autenticamente brasileira. Genuinamente minha. E essa ninguém tasca!



"Há quem veja pouca importância ou novidade no aparecimento de uma
geração de jovens cantoras atraídas pelo samba. Em geral, são pessoas
que confundem importância com novidade - e que não sabem onde há
novidade de fato. Para mim é novidade que haja Mariana, com sua voz
desaforada e tranquila reafirmando a riqueza do canto das mulheres em
nosso país. E que o faça de uma perspectiva naturalmente moderna e
relaxadamente consciente dessa modernidade. O Brasil nunca se curará
do seu antigo ensimesmamento forçando um olhar só para fora de si: se
fizer assim, estará se convencendo de que o relevante é
necessariamente o que passa longe de nós. Parece que instituímos o
seguinte: quanto mais evidente e radical se consiga fazer parecer que
essa distância é, mais relevante se prova a música produzida. O que é
a consequência extrema do ensimesmamento. Meu entusiasmo com o
surgimento de cantoras-cantoras, conhecedoras de como se canta em
português brasileiro há décadas - e ao mesmo tempo à vontade com a
música popular global - se deve à minha desconfiança em face dos que
fingem só amar o que pareça inalcançável pelo Brasil. Isso pode
significar apenas que não se ama nada. Mariana - como Roberta Sá,
Maria Rita ou Mônica Salmaso - é uma prova de que, ao encorpar-se em
sua história, a música popular brasileira se reconhece relevante para
o mundo. E o mundo só dá mostras de que continuará a atentar para
isso". Caetano Veloso.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

De malas (sempre) prontas

Agora vivo de malas prontas

As roupas já servem para qualquer situação

Não há mais roupa de trabalho, de sair, de festa, de viajar

Acabou a roupa de domingo

Segunda-feira virou sábado

E na sexta, em horário nobre, estava um verdadeiro mulambo

Coloco tudo lá dentro e levo aonde for

Tudo serve quando se vive entre um calor absurdo

E um friozinho besta

Só é necessário um quase-nu

e um paninho para proteger a garganta dos inimigos condicionados a atacá-la

É: tenho mesmo pânico dos extremos

Volto

mas deixo tudo pronto para a próxima partida

Se amarrota o corpo ajeita

Lava-se a roupa suja em casa

E parte-se para uma nova aventura

A alma é agitada e precisa respirar novas atmosferas

Assim me sinto preparado para tudo

De malas prontas para ir

E para ficar.