segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Pai e Mãe
_Fiz o seu papel ontem.
_O que foi?
_Ele estava dormindo. Apaguei a luz do quarto e o cobri. Estava com frio.
_Por que meu papel?
_Papel de mãe.
(Papel da mãe. Ato do pai.
Ele no texto, felizmente, sou eu.
E ainda me perguntam porque não sou adicto de muita coisa nesta vida.)
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Photo Shop
Vidas photoshopadas nas redes sociais.
Onde está a sua feiúra?
Nunca a vi, mas sei que é a coisa mais bela que possui.
E a única original.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Para Woody Allen, com amor.
Sei que não é fácil, mas, mesmo sendo um sucesso comercial, tem hora que é melhor fechar a agência de turismo.
Com amor, Ahmed
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Nós, idiotas. (A experiência de 7 horas em uma peça de teatro.)

quinta-feira, 7 de junho de 2012
Calais
Meu pai Calais e meu avô, também Calais, foram homenageados por uma escola no desfile cívico de comemoração de 100 anos da cidade de Bom Despacho. Em outra homenagem, ele também recebeu a Medalha Centenário na Câmara Municipal. Ali ele leu um belo texto, escrito por ele mesmo e foi muito aplaudido. Antes ele me pediu para revisar e propor mudanças. Quem sou eu ?! Me senti um netinho, um caçulinha, um Medinho ou, como falam por lá: um Calaisinho mesmo. E com MUITO orgulho!
O texto abaixo é de Lucinha Gontijo.
TAL PAI, TAL FILHO.
E a história continua.
José Calais de Resende Filho
O menino nasceu em Bom Despacho. Filho do fazendeiro e grande
empreendedor José Calaes de Rezende. Passou sua infância na fazenda
São José, berço doce de um pedacinho da querida cidade que um dia se
transformaria num belo e nobre bairro.
Em seu pedaço de chão, o menino sonhava e brincava com a natureza que
estava a seu dispor. Corria pela campina e se envolvia com a suavidade do
vento que balançava seus cabelos.
Era feliz esse menino! Tirava leite das vacas, capinava roça, dirigia
caminhão e adorava se aventurar nas águas do Córrego do Antenor.
Já crescido, Calais gostava de ir aos bailes, ao cinema e jogos de futebol.
Nessa época já se apaixonara pelo Atlético, time do seu coração. Paixão maior
teve pela sua querida Léia Handam com quem se casou e teve 10 filhos.
Com seu espírito sempre inovador e aventureiro, nunca parou de estudar.
Formou-se em Letras, Pedagogia e Direito.
Como educador deixou marcas inesquecíveis nos corações estudantes
pois carrega em si até hoje, um grande coração estudante. Homem íntegro e
sonhador que não se cansa de acreditar num mundo melhor e mais justo e que vê na educação o único caminho para essa conquista.
Atualmente, Professor Calais, carinhosamente assim chamado por todos,
mora numa linda casa de esquina da sua fazenda que se transformou num
bairro de destaque. De lá pode ver a herança deixada por seu pai:
Terras e sonhos
Terras e gente
Terras e ruas que se cruzam e se completam traçando
assim o destino de sua querida cidade que completa 100 anos de
história.
De sua varanda, Professor Calais acompanha o crescimento ao seu redor
e se embala no crescimento da emoção de seu coração. Coração jovem que
crê na vida e no amor. Quem passa pela avenida é capaz de ouvir as batidas
de seu coração que não desiste de ser feliz!
E a história continua.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Parabéns para as mãezinhas:
de primeira, de antigas ou de repetidas viagens.
Todas estas novas e únicas.
Eu passei o Dia das Mães no quente-útero da minha.
No golo do galo que só deu gol.
Na conversa mole, na cerveja gelada, na mesa posta.
No soninho da tarde.
Na volta que sempre me espera.
E na esperança de sempre voltar.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Vai me amar na van.
_Nesse Rio de Janeiro está tudo errado!
_O que foi?
_O motorista dirigindo e falando no celular! Quero sair daqui, viver em outro lugar.
_Você mora onde?
_Leblon. E você?
_Não moro aqui, moro em Belo Horizonte.
_Belo Horizonte?...Belo Horizonte é perto de Minas, não é?
_Belo Horizonte é em Minas. A capital do estado.
_Estou querendo ir pra Minas: Ouro Preto. Lá é legal?
_Onde?
_Belo Horizonte. Tem muito turismo, balada?
_É.... tem a Pampulha...mas é uma cidade mais pra morar.
_Tem praia?
_Não...
_É que quero ir pra Minas por causa do meu curso.
_E qual curso você faz?
_Turismo.
(É...nesse Rio de Janeiro está tudo errado mesmo!)
*Esta não é uma obra de ficção. Qualquer relação com nomes, situações, lugares e as melhores conversas em transportes coletivos não é mera coincidência.
_O que foi?
_O motorista dirigindo e falando no celular! Quero sair daqui, viver em outro lugar.
_Você mora onde?
_Leblon. E você?
_Não moro aqui, moro em Belo Horizonte.
_Belo Horizonte?...Belo Horizonte é perto de Minas, não é?
_Belo Horizonte é em Minas. A capital do estado.
_Estou querendo ir pra Minas: Ouro Preto. Lá é legal?
_Onde?
_Belo Horizonte. Tem muito turismo, balada?
_É.... tem a Pampulha...mas é uma cidade mais pra morar.
_Tem praia?
_Não...
_É que quero ir pra Minas por causa do meu curso.
_E qual curso você faz?
_Turismo.
(É...nesse Rio de Janeiro está tudo errado mesmo!)
*Esta não é uma obra de ficção. Qualquer relação com nomes, situações, lugares e as melhores conversas em transportes coletivos não é mera coincidência.
terça-feira, 27 de março de 2012
O meu pin.
Nunca vi Pina Bausch ao vivo, viva. Nunca vi sua companhia dançar mesmo depois de Pina morta. Meu universo de dança é composto por companhias nacionais e pela influência da turma de Klaus Vianna e Ivaldo Bertazzo, introduzidas pelas minhas irmãs, que dançam. E muitas performances na época de faculdade, claro.
Dança é uma arte que me causa um certo incômodo. A ausência de palavras briga com aquele tanto de letra que é exibido o tempo todo em meu cérebro, que acabam me atraindo mais. Isso também vale para as artes visuais. Mesmo sem querer, gastei uma parte da segunda-feira para tentar resolver isso.
Sempre tive medo de não gostar de Pina Bausch, assim como de Guimarães ou Dostoievski. Acho que era um bom dia para esconder este medo, ou tentar vencê-lo. Poderia ir, não gostar, não contar para ninguém e ainda colocar a culpa no dia da semana. Ninguém precisava me ver nem perguntar algo sobre. O filme me ganhou de cara, a 1ª frase que assimilei falava algo assim: "o que as palavras não podem dizer, a dança pode expressar." Esta frase me lançou para dentro do filme e do universo de Pina Bausch. Ela virou, naquele momento, o meu mundo de cabeça para baixo porque, para mim, sempre foi assim: o que as imagens não podem expressar é que é dito pelas palavras. Talvez o que eu precisasse mesmo era dessas palavras para entender melhor a dança, para ser absorvido por aquelas imagens, e compreender de uma maneira mais profunda outras linguagens. E como estas, em conexão, se unem para uma leitura muito mais interessante do mundo em que vivemos. Às vezes não se pode falar, e sim, expressar. Desenhar, vestir, cantar, iluminar, ilustrar, explodir. E tudo isso se une neste filme-dança-poesia: expressão corporal, direção de arte, locações (e que cidade!), luz, figurino. E quão sábias foram estas palavras, gestos e imagens para mim. Pina e sua dança, Wenders e seu cinema foram expressões tão importantes que me fizeram, até, escrever.
Dança é uma arte que me causa um certo incômodo. A ausência de palavras briga com aquele tanto de letra que é exibido o tempo todo em meu cérebro, que acabam me atraindo mais. Isso também vale para as artes visuais. Mesmo sem querer, gastei uma parte da segunda-feira para tentar resolver isso.
Sempre tive medo de não gostar de Pina Bausch, assim como de Guimarães ou Dostoievski. Acho que era um bom dia para esconder este medo, ou tentar vencê-lo. Poderia ir, não gostar, não contar para ninguém e ainda colocar a culpa no dia da semana. Ninguém precisava me ver nem perguntar algo sobre. O filme me ganhou de cara, a 1ª frase que assimilei falava algo assim: "o que as palavras não podem dizer, a dança pode expressar." Esta frase me lançou para dentro do filme e do universo de Pina Bausch. Ela virou, naquele momento, o meu mundo de cabeça para baixo porque, para mim, sempre foi assim: o que as imagens não podem expressar é que é dito pelas palavras. Talvez o que eu precisasse mesmo era dessas palavras para entender melhor a dança, para ser absorvido por aquelas imagens, e compreender de uma maneira mais profunda outras linguagens. E como estas, em conexão, se unem para uma leitura muito mais interessante do mundo em que vivemos. Às vezes não se pode falar, e sim, expressar. Desenhar, vestir, cantar, iluminar, ilustrar, explodir. E tudo isso se une neste filme-dança-poesia: expressão corporal, direção de arte, locações (e que cidade!), luz, figurino. E quão sábias foram estas palavras, gestos e imagens para mim. Pina e sua dança, Wenders e seu cinema foram expressões tão importantes que me fizeram, até, escrever.
domingo, 8 de janeiro de 2012
ÇERTO E ERRRADO
"Eu não escrevo sobre mocinhos e bandidos. Escrevo sobre conflitos entre o certo e o certo. Trágicos conflitos entre o certo e o certo. Aliás, considero o conflito palestino-israelense um conflito entre o certo e o certo. Entre uma reivindicação muito poderosa pela mesma terra e outra reividicação não menos poderosa pela mesma terra. Esta é a natureza da tragédia: duas reividicações poderosas. Caixa Preta e todos os meus livros não são sobre mocinhos contra bandidos. Quando acordo de manhã - e me levanto cedo, às 5 horas da manhã - caminho por 40 minutos no deserto onde eu moro, e, em seguida, volto, tomo uma xícara de café, sento à minha escrivaninha e começo a me perguntar: E se eu fosse ele?", "E se eu fosse ela?", "E se eu fosse eles?". E me coloco no lugar de todos. Sim, em Caixa Preta todos estão certos e errados. Esta é a essência da história, a essência do que escrevo. Uma História de Amor e Trevas fala da tragédia dos meus pais e os dois estão certos e errados. Portanto, escrevo sobre pessoas que estão sempre certas. Há uma história judaica sobre um rabino que, como um juiz, tem de decidir entre duas reividicações pela mesma cabra. Ele ouve todos e, em seguida, diz: "Ambos estão corretos." Ao chegar à sua casa a esposa lhe pergunta" "Querido, como podem ambos estarem certos se reivindicam a mesma cabra?" E ele diz: "Sabe de uma coisa, querida, você também está certa." Eu sou este rabino. Quando escrevo um livro eu sou este rabino. Todos têm razão." Amos Oz
Assinar:
Postagens (Atom)