terça-feira, 28 de outubro de 2008

Bom demais da conta!

Não há como negar como esta história de eleição tomou conta da minha cabeça nestes últimos dias.
E fico feliz por isso. É porque gosto de jogo, de emoção? Tudo bem, pode até ser. Pode também ser. Mas há algo mais.
Antes de sair de férias, havia um cenário político morno na cidade. Uma cidade que, depois de 4 prefeituras de esquerada, havia lançado um candidato apoiado pelo PT do prefeito Pimentel e PSBD do governador. Dois partidos inimigos juntos em uma candidatura. Polêmico! Voltei à realidade junto a uma turbulência política. Um moço havia se aproveitado desta falta de amor pelo candidato favorito e fez que nem mineirim: foi aos poucos conquistando o coração, principalmente das pessoas mais desavisadas, mostrando-se como um sujeito bonzinho, que fala a linguagem do povo, da maioria. Usando elementos como família e religião da forma mais canalha e suja que se pode fazer isso." Vote em mim: Deus vai te proteger. Vote em mim: eu quero ser o herói dos meus filhos." E ainda se aproveitou de outros elementos como jovialidade e uma suposta beleza-de-bairro para alimentar o desejo destas pessoas de votar por apenas quererem ser como ele. Rico, bem-sucedido, branco, ter muito cabelo na cabeça, uma esposa Poliana e um filho João Vítor, uma Maria Eduarda e outro com um destes novos nomes de pessoas que querem ser este modelo de sucesso, beleza e USA. Ninguém nem notou, mas o monstro cresceu. A primeira pesquisa do 2º turno indicava o bicho com 18 pontos de frente do nosso candidato-poste, ilustre deconhecido, afilhado do prefeito perfeito e do governador tão perfeito que não passa um finde em Minas ("eles não têm praia, mas Eu tenho"). Com o pânico instalado nas classes médias pra cima e nas ligeiramente intelectualizadas, resolvemos sair à luta. E fala com um, fala com outro, um trabalho de formiguinha em todas as mesas de bar, escritórios, portarias de prédio, telefones fixos e móveis. E ainda um serviço grande da mídia e de outros poderosos. Tudo junto. Vermelhos não se davam com amarelos, mas tiverem que concordar. Mauricinhos e modernetes de mãos dadas. Emos e punks dividindo tranquilamente a Pç. da Savassi. E aí foi uma virada só e que os institutos de pesquisa mostraram dia após dia. Que alívio! 59 a 41! Este foi o fim. E olha que nem fiquei tão feliz porque o bonito aí não foi o fim. Não sei se "o prefeito da aliança" continuará o trabalho, no mínino razoável, dos anteriores. Tomara que sim. Mas esta mobilização foi tão bacana, tão importante para cada um que se moveu e tentou o melhor para a cidade, que me emociona e orgulha. Dizem que o eleitor em BH é sábio e eu achei que iríamos perder esta qualidade neste ano. Só que ela ficou mais evidente ainda. Fomos e somos estratégicos, não apenas sonhadores. Passamos um susto nesta aliança estranha, demos o nosso recado e depois o ok. Portanto tenho uma proposta tentadora: Rio, contrata a gente para politicar aí? Nós vamos fazer o Gabeira ganhar, de sunga, e na praia! Do jeito que a mineirada ama e sabe fazer!

3 comentários:

Bel disse...

Bom demais saber que o boca à boca vai além do sussurro. Bom saber que em alguns estados os bem-aventurado ainda resistem. Bom saber que há tempo!
Beijos, Bel.

Anônimo disse...

Estão inteiramente contratados por uma mineira que mora no Rio e quer o Gabeira de sunga, ou não.

Gostei de ver o envolvimento político. É isto, para mudar tem que ter a boa vontade de cada cidadão fazer valer no que acredita.

Beijos,Lis.

Anônimo disse...

Ahmed muito bem explicado esses tempos políticos que a cidade passou. Ruas estranhas, Política do boca-a-boca, e-mails informativos, adesivos nos carros, uma força da população que mostrou realmente amar esta cidade e não deixou o Sr. Quintão passar. Agora o clichê: não acabou, pois o Márcio ainda gera dúvidas em nós e assim teremos que continuar nosso amor pela cidade e a sermos politizados.