segunda-feira, 24 de março de 2008

Esta cidade me atravessa

O Rio de Janeiro estava especialmente diferente para mim: um solzinho não muito quente, mas firme e que gerava uma segurança em quem estava sob. Automóveis e ônibus vencendo as ruas entre as montanhas com agilidade. Passa Cosme Velho, passa túnel, passa Lagoa, passa Jardim Botânico. Tudo leve: sol, montanha e águas mansas como quase nunca se vê nessa terra. Mar calmo, água gelada para esfriar a alma. Lugar ao sol não faltava. Um mundo tranquilo e inquietante ao mesmo tempo, já que a sensualidade explode neste território. Esperar o pôr do sol, a conversa fica afinada, a noite cai sem aviso e manda uma bola cheia lunar que vem lá do Arpoador. O mundo sobre grãos de areia se vira para o espetáculo e aplaude para não dispensar o ritual da tradição. Sentir a textura dos grãos massageando a sola dos pés a cada passo, isso já à noite. Sentir uma enorme paz. Muita gente, todo mundo aparentemente bem, na paz, usando bem tudo que a cena pôde proporcionar. Neste território de guerra, uma imensa paz. Que foi transportada para calçadões, praças, lugares descolados, lojas doidinhas, pessoas em sintonia com o mundo. O Rio estava especialmente diferente para mim. Ou eu estava especialmente diferente para o Rio.

9 comentários:

Anônimo disse...

bonito... vc está escrevendo cada vez melhor, ahmed. Estou escrevendo um texto pra colocar na comunidade. Aquela conversa que todos tivemos no camarim, depois do show de Angra, ficou na minha cabeça e foi o ponto de partida para uma reflexão grande sobre tudo isso...orkut, blog, internet....espero que vc goste.
bj.
Marina (mesmo!)

Ahmed Hamdan disse...

Obrigado, se você quiser minha opinião antes de publicar o texto, fique à vontade. Acho que posso ajudar com palpites e sugestões. Da outra vez eu sabia que era você, só veio uma desconfiança de mineiro (é bom preservar) no início. Depois gostei de sacar por que era realmente você, sutilezas da forma de escrever e tal. Ah, e Marina é Marina mesmo. "Aqui no meu país outra flor não há". Lendo a biografia do Tim Maia, sempre citada. Falou de música no Brasil, não tem como negar ou esquecer. Está tatuado na memória e na alma deste povo. E que foto bonita aquela no blog do Wallace (olhando para cima, com o globo ao lado e tatuagens à mostra). Eu quero!!!
Beijo, beijo, beijo. Estava tudo muito divertido. Seu "baygon" é sempre de prima!

Anônimo disse...

Impressionante.Um arraso.
Deu para sentir meus pés pisando a
areia a beira mar.
TDB.
Manda ver...........
Abraço,
Alex.

PHCS disse...

Bem bacana, Ahmed.
O curioso é que na sexta-feira antes de ir pra BH fui à praia e comentei com meus amigos como estava achando a cidade e, particularmente, a praia diferente: mais limpa, mais calma, mais aprazível. Mas pensei que talvez fosse pelo fato de ter ficado um mês longe daqui...Agora parece-me que não, né?

Outra coisa: que maravilha poder rever o video com o Milton. Há tempos estava atrás dele: tomei a liberdade de roubá-lo e adicionar nos meus favoritos do Orkut!

Abraço pra vc!

Anônimo disse...

Paulinho, você vai longe! Ah, e o vídeo é de todos nós. Para deliciarmos mesmo. E viva o Rio, também, sob o olhar dos mineiros. Abção!
Ahmed

Anônimo disse...

Entendo. Perfeitamente.
Este final de semana, na praia, foi assim também:
Iemanjá traga as ondas do mar.
Iemanjá leve o mal que há.
Ponta branca de renda que quebra no mar.
Canta pra Dona do mar.
Canta pra Dama do mar.

Anônimo disse...

Rui, vc é uma peça! Pode gravar. Ahmed

Anônimo disse...

Mind games forever.

Anônimo disse...

love is the answer.