domingo, 13 de janeiro de 2008

Para um amor no Recife

Bom, hora de me juntar à multidão. Havia uma orquestra de frevo no palco. As pessoas cantavam e dançavam músicas regionais e estavam gostando bem. Eu pensei: isso vai dar merda. O som da Marina é o oposto deste (nem sempre - "Eu adoro ritmos nordestinos"). Curti os meus minutos de não-fama e a delícia de ser mais um na multidão : olhei para o céu, para a lua, para o mar, vi um barco cheio de luzes cruzando a costa, fiz fotos. Quando passava pela entrada do camarim para dar a volta e atingir a posição para assistir ao show, ouço uma pergunta: qual é seu nome? Eu sou a Mileine. Ela eu já conhecia pela internet, já havia combinado pelo telefone de nos encontrar. Pronto, já tenho uma nova turma (e que não está trabalhando). "Ahmed, vamos ficar bem na frente". Empurra aqui, ali e conseguimos uma primeira fila básica (em pé, claro). Chico Science no talo, pernambucanos cantando e louvando o conterrâneo. Ah, meu deus, não vai dar certo. Entra uma aprentadora e diz. Gente, vamos ao que interessa. É a vez de quem a gente está esperando. É ela mesmo: a ma-ra-vi-lho-sa (em nordestino) Marina Lima. Ó,a minha segurança agora cresceu demais! Ela entra linda, surpreendente, com uma roupa muito sensual, branco total e com um sutiã aparecendo radiante. Assustei porque tinha acabado de vê-la sem maquiagem, com outra roupa, cabelo e tal. Então era uma surpresa para mim também. O astral estava muito legal, de todo mundo. Muitas músicas conhecidas, as mais novas eram celebradas com muita dança: pernambucano é incrível com arte, têm uma sensibilidade que o mangue beat pode explicar e ouvidos acostumados com muitos ritmos. A onda eletrônica já assimilada também deixa as pessoas muito bem diante do poder do novo som da Marina. Mesmo as músicas antigas foram reinventadas e trazidas para um 2008 que acabara de nascer. Minhas primeiras lágrimas caíram no coro de Nosso Estranho Amor e depois em Me chama. Ver a multidão cantando uma música tão densa como Virgem in-tei-ra dá até vontade de acreditar que este país tem chance. O Hotel Marina quando acende não é por nós dois embalado por "um coro de 80 mil pessoas unidas pela fortaleza de uma grande mulher". O show veio completo, com direito a todas as performances, inclusive o desmaio. Não pouparam nada, muito pelo contrário, foram intensos. O público superentendeu e delirou. Para comemorar, Marina pede champagne (a mesma que eu tinha brindado à meia-noite). Ela abre, a rolha sobrevoa a multidão e vai parar nas mãos de uma pessoa que delirou demais com toda esta história: eu mesmo. Inacreditável. Mais uma prova, mais uma sorte, mais um mimo, mais algo para guardar, mais uma história para contar. E com a multidão gritando em coro: Marina, eu te amo o meu coração explodia de felicidade bem no início do ano que chegava.

6 comentários:

LP Camisasca disse...

Caramba! Emocionante a história, tio! Mais uma viagem pela sua paixão.
Braço!

Juliana Sampaio disse...

Ei, amore. Voltei de férias e adorei ler um monte de coisas lindas e novas por aqui. Sua nova amiga Marina já leu suas escrituras? Olha que depois de fã, amigo, ainda rola de virar parceiro, heim?! Baccio, a gente se vê.

Faz graça não... disse...

No dia 31, alguns fogos já estouravam no céu, antes da noite cair. Nisso, eu recebo uma mensagem no celular.
Xaxadinho,
xaxadinho,
xaxadinho.
Ahmed

Imediatamente soltei uma risada daquelas!
Amizade é assim, mesmo longe ela permanece presente.

Felipe

Ahmed Hamdan disse...

Lu, viagem mesmo. Ju, Maraina tá lendo sempre e ainda deixa comments. Peta, vamos comtinuar no Xaxadinho (bem pequenininho!)

Ahmed Hamdan disse...

CoNtinuar no Xaxadinho,xaxadinho,xaxadinho...

Unknown disse...

Tô preocupado com espaço. ;/